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Roteiro: Hong Kong (4 dias)


Hong Kong não era um dos destinos da nossa wishlist, mas quando começámos a pesquisar sobre a região ficámos mais entusiasmados do que poderíamos imaginar. 
É uma região extremamente desenvolvida, industrializada e com um crescimento exponencial. Em oposição, não é uma zona com vastos anos de história, mas sim com uma mistura de influências asiáticas - principalmente da China - e ocidentais - devido à anterior ocupação pela Inglaterra. Neste momento, Hong Kong é um território autónomo, com gestão independente. Apesar de pertencer à China, os seus habitantes não se consideram chineses e percebemos até que não são muito fãs dessa associação.

Este destino apareceu nos nossos radares por termos um casal amigo a viver lá e pela vontade de os visitarmos. Nunca tínhamos ido à China e a oportunidade de passar 15 dias pela Ásia pareceu-nos imperdível: uma nova cultura, um novo destino e a possibilidade de explorarmos também as redondezas. Comprámos a viagem Lisboa - Hong Kong e planeámos visitar Macau (a cerca de uma hora de barco) e as Filipinas de que já vos falámos aqui, aqui, aqui e aqui

Reservámos quatro dias para conhecer Hong Kong, o que nos pareceu mais do que suficiente para explorar as várias zonas, tanto de Hong Kong continental como de Hong Kong Island. Como tivemos a sorte de estar sempre acompanhados pelo nosso amigo que lá vive, tivemos a vida facilitada em termos de orientação e transportes - que podem ser suficientemente caóticos.

No nosso roteiro de quatro dias incluímos:

Dia 1

Chegámos ao final do dia ao aeroporto de Hong Kong, cansados da viagem mas com muita vontade de começar a explorar. O caminho do aeroporto até ao centro de Hong Kong é muito fácil, com um comboio rápido a fazer a ligação ao centro e à rede de metro. Um banho para refrescar, jantar e partimos à descoberta da vida nocturna de Hong Kong.

- Tamar Park

Foi o primeiro sítio que visitámos, logo após a nossa chegada. É um parque urbano e permite-nos ter uma vista fabulosa para ambas as margens, visualizando a skyline de Hong Kong e Hong Kong Island. A quantidade de luzes e prédios é avassaladora.


- Lan Kwai Fong (LKF)


LKF é um das zonas mais badaladas para a vida nocturna em Hong Kong e foi para lá que seguimos depois da visita a Tamar Park. É aqui que podem encontrar, por exemplo, o Hard Rock Cafe Hong Kong. Nós decidimo-nos pelo conhecido CE LA VI, com um fantástico rooftop e uma vista espectacular.



Dia 2

Dedicámos o segundo dia a conhecer melhor a zona mais característica da região, em Hong Kong continental. Mercados, comida típica e o regresso a Hong Kong Island para o ponto mais cliché: Victoria Peak.

- Flower Market

Foi o primeiro choque com as ideias pré-formatadas que trazemos da nossa cultura ocidental. Íamos à espera de encontrar um típico mercado de rua, com bancas, pessoas na rua, etc. O que encontrámos foi um quarteirão todo dedicado a lojas de flores, plantas e ornamentos para jardim. 
Vale a pena visitar pelas diferentes espécies de flores e plantas que se podem observar livremente em cada loja: centenas de bonsais, muito bambú, orquídeas tão perfeitas que parecem falsas e muitas outras espécies que não são habituais para nós.


- Goldfish Market

Os peixes são vistos como símbolos da sorte. Por isso, existe um mercado completamente dedicado à venda de peixes. Nada maravilhados, saímos de lá chocados pela forma como os peixes estão embalados ao sol, nas ruas. E às centenas, nos pequenos aquários existentes em cada loja. 


- Mong Kok Road


Mong Kok é a zona mais característica de Hong Kong, aquela que imaginamos e que vemos nos filmes. Muita gente, muitas lojas, muitos vendedores nas ruas. Lojas brilhantes e cuidadas, mas prédios em decadência de cada vez que levantamos os olhos em direcção ao céu. É um dos pontos imperdíveis em Hong Kong, sem qualquer sombra de dúvida. Entrámos em várias lojas (os preços são mais simpáticos do que em Portugal, principalmente nas marcas de desporto), incluindo mercearias e farmácias, muito típicas.
Não se assustem com os andaimes em bambu...diz que são resistentes!


- Ladies Market

Situado na Rua Tung Choi, é "o" mercado de Hong Kong. Quarteirões e quarteirões cheios de bancas com os mais variados produtos: recordações, imitações de malas de luxo, tecnologia, brinquedos, etc. A palavra de ordem é regatear sempre e tudo. Aproveitámos o Ladies Market para comprar todos os souvenirs que trouxemos.


- Dim Dim Sum

É um dos restaurantes mais recomendados para comer dim sum em Mongkok. Eu, boa boca e culinariamente curiosa, adorei. Ele, que não é tão boa boca, não ficou fã. O preço foi uma agradável surpresa: comemos bastante, experimentámos vários pratos diferentes e gastámos cerca de 5,00€ por pessoa.


- Mongkok Computer Center


Para os apaixonados por tecnologia, ou para quem leva uma lista de compras tecnológica, este é o sítio. Um pequeno centro comercial com lojas exclusivamente tecnológicas, bancas para arranjar telemóveis, etc. Cuidado, muitos dos bons preços são imitações e não as marcas originais.



- Kowloon Park

Na principal zona comercial de luxo, por entre vários arranha céus, está o Kowloon Park. É um parque verde no centro da cidade e sabe bem uma visita, para sair do panorama cinzento de Hong Kong. Flamingos com arranha céus ao fundo? É aqui.


- Tsim Sha Tsui Road e Hong Kong Space Museum


A Tsim Sha Tsui Road é um dos principais pontos turísticos de Hong Kong, e aqui estão alojadas as mais reconhecidas marcas internacionais. É uma zona mais abastada da cidade, comparativamente com Mong Kok e isso percebe-se facilmente. Daqui partimos para o Hong Kong Space Museum, localizado na zona marítima de Hong Kong. 


- Avenue of Stars

Esta zona é assim conhecida pois é onde se encontram as estátuas das estrelas cinematográficas de Hong Kong, como Bruce Lee.  Infelizmente, encontrava-se em remodelação quando lá estivemos e as estátuas tinham sido removidas para outro parque. Ainda assim, aproveitámos  a linda vista para a baía e Hong Kong Island e para ver alguns barcos tradicionais, os juncos.


O dia já estava a terminar e o sol a pôr-se, por isso estava na hora de nos dirigirmos ao último ponto do nosso roteiro da tarde: Victoria Peak. Para lá chegármos apanhámos o ferry no Star Ferry Pier, mesmo ao lado da Avenue of Stars e, já em Hong Kong Island, um táxi até Victoria Peak. Os táxis em Hong Kong são bastante acessíveis e a forma mais rápida e simples de chegarmos a algum lado.


- Victoria Peak

Dizem que se estivermos pouco tempo em Hong Kong e só pudermos visitar um lugar, é para lá que nos devemos dirigir. A plataforma dá uma vista panorâmica sobre Hong Kong e por isso quisemos visitá-la ao pôr-do-sol, de forma a vermos a famosa skyline com a luz do sol e repleta de luzinhas, pela noite. Pelo meio, um pôr-do-sol espectacular - já vos disse que sou muito fã do pôr-do-sol - e muito vento.


Esta primeira fotografia foi tirada ainda na plataforma de acesso livre: existem vários miradouros na zona que nos dão uma vista bastante bonita. Mas para ter acesso à melhor vista possível, é preciso aceder à plataforma de Victoria Peak. A entrada não é cara - cerca de 5,00€ por pessoa - e garanto-vos que vale muito, MUITO a pena. Para mim, foi a autêntica epifania em Hong Kong.


Uma dica: antes de se dedicarem a subir até Victoria Peak, verifiquem o estado do tempo por lá. Se estiver nevoeiro ou smog, não vão conseguir ver nada de Hong Kong. Não sei se há alguma live cam que o permita fazer, nos usámos o Instagram para ver as fotografias que estavam a ser publicadas na altura.

- Times Square

Pela noite, e depois de um jantar ocidental (Ele já estava com saudades de carne "a sério") visitámos a zona de Times Square. É assim conhecida pela quantidade de ecrãs - à semelhança de Nova Iorque - e tem muito movimento e muitas lojas reconhecidas internacionalmente. 


- Victoria Park

Este é mais um dos parques verdes que existem em Hong Kong - são vários! Mesmo à noite, é possível ver pessoas a praticar exercício, sentadas nos bancos ou simplesmente a passear, como fizemos. 



Dia 3

- Lantau Island


Existem várias ilhas em Hong Kong e uma delas - bem grande - é Lantau Island. Nesta ilha fica o Aeroporto de Hong Kong, a Hong Kong Disneyland e o famoso Tian Tan Buddha. É possível chegar à ilha de transportes públicos - é o mesmo percurso que se realiza de/para o aeroporto - e um teleférico leva-nos à zona onde se encontra o grande Buddha.


Este grande Buddha situa-se no Po Lin Monastery e a zona está altamente virada para o turismo: assim que saímos do teleférico entramos numa pequena "vila" com restaurantes, lojas de produtos tradicionais, cafés, etc. Estava um dia de sol lindo com um calor muito abafado, pelo que a primeira paragem foi mesmo o Starbucks.
De seguida, visitámos o Po Lin Monastery e os jardins e só depois subimos até ao grande Buddha. Esta estátua é relativamente recente (foi construída em 1993) e identifica o principal centro budista em Hong Kong. A subida ao Buddha é custosa, mas vale a pena. A vista é muito bonita e só lá em cima temos noção do verdadeiro tamanho da estátua.


A ida a Lantau Island ocupou-nos mais de meio dia, entre as viagens de teleférico, a subida ao Big Buddha e os passeios pelas lojas típicas. Optámos por almoçar por lá e ainda pusemos em hipótese visitar uma das zonas de praia que existem nesta ilha. Mas ainda havia muito para ver em Hong Kong e, com uma viagem para as Filipinas no dia seguinte, preferimos adiar a ida à praia.

- Central-Mid-Levels Escalator

São conhecidas por serem a maior escada rolante do mundo. Percorre todo o bairro em que se encontra e é utilizada não só pelos turistas, para verem a vista e percorrerem o bairro, como também pelos locais. Não aconselhamos a visita nas horas de ponta, pois podem estar repletas.


- SoHo e Hollywood Road

No nosso passeio de escadas rolantes aproveitámos para sair no SoHo, onde percorremos o bairro e visitámos também Hollywood Road. Não é tão glamourosa como o nome pode sugerir, mas é talvez a zona mais artística e criativa que vimos. Vale a pena espreitar as montras das lojas, os cafés e os bolos da Tai Cheong Bakery. Não vão com demasiadas expectativas, não há pastelaria como a portuguesa... Experimentei um "sugar puff", muito semelhante aos nossos "sonhos" natalícios, mas bastante mais insípido.

- Man Mo Temple

É um dos templos mais antigos e importantes de Hong Kong. Toda a envolvência, desde a decoração em tons de vermelho e dourado, ao cheiro intenso a incenso tornam-no num lugar muito especial. Vale a pena a visita! 
Mas cuidado com o incenso: não estamos habituados ao cheiro intenso a incenso e pode deixar-nos ligeiramente zonzos. 


- Victoria Harbour Night Cruise

Uma das coisas que queria muito fazer em Hong Kong era andar num barco tradicional. Estes barcos percorrem a baía durante o dia inteiro, mesmo durante o espectáculo Symphony of Lights. 
Tivemos a oportunidade de fazer o cruzeiro durante a noite (não durante o espectáculo de luzes) e foi, sem dúvida, uma óptima escolha. A skyline cheia de luzes torna a paisagem inesquecível e permite-nos ver ambas as margens da baía como se unissem numa só. 
Recorremos aos serviços da empresa Aqualuna e pagámos menos de 25,00€ por pessoa, para um passeio de meia hora com bebidas incluídas. Optámos por fazer o percurso Central Pier - Star Ferry Pier pois ainda queríamos visitar o bar Ozone, mas é possível terminar o passeio no ponto inicial.


- Ozone Bar


Terminámos a noite no Ozone Bar do Hotel Ritz-Carlton, no 118º andar. Os preços são exagerados, mas o ambiente e a vista para toda a baía fazem a visita valer a pena.

- Dia 4

Deixámos o último dia para visitar os pontos mais afastados do centro, e regressar a Mongkok para a despedida e para as últimas compras.

- Nam Lian Garden


Este é um enorme jardim de inspiração chinesa em Diamond Hill, com cerca de 3,5 hectares. Apesar do calor e da humidade elevada que se fazia sentir, soube-nos muito bem começar o dia a passear por um enorme parque verde no meio de todos os edifícios existentes em Hong Kong.


- Wong Tai Sin Cultural Garden

Outro imenso jardim no meio dos arranha-céus, também ele de inspiração chinesa. 


- Sik Sik Wong Tai Sin Temple

Um templo peculiar, que junta três diferentes religiões: Taoismo, Budismo e Confucionismo. Acredita-se que este templo realiza todos os desejos e é por isso que o encontramos sempre cheio de locais e turistas. Seja verdade ou não, é um local que vale a pena visitar pela envolvência na religião (neste caso, em várias) e em costumes completamente diferente das ocidentais.


- Kowloon Walled City Park

Este parque conserva partes das muralhas da cidade, demolidas nos anos 90. Confesso que ,pela descrição, estava à espera de algo completamente diferente. 


- Good Hope Noodle

É conhecido como o restaurante Michelin mais barato e pela qualidade dos noodles. Foi exactamente por ele que regressámos à zona de Mong Kok neste último dia. 
A visita a este restaurante foi uma experiência...e tanto! É um típico restaurante local e, portanto, não segue os padrões de funcionamento e higiene a que estamos acostumados em Portugal e nos restantes países ocidentais. A comunicação com os funcionários do restaurante foi bastante difícil e feita à base de gestos: imaginem tentar pedir uma Coca-Cola Zero por gestos, ou perguntar a diferença entre dois pratos...
Eu, que comi uma deliciosa sopa de noodles com carne, acho que a visita valeu a pena e que a qualidade dos noodles era realmente boa. Já Ele e o nosso casal amigo sairam do restaurante directos para.. uma pizzaria! Quanto ao preço, uma pechincha: cerca de 10,00€ para duas pessoas.


- Mong Kok 

Voltámos novamente a Mong Kok para almoçar, como vos disse, mas aproveitámos para explorar novamente o bairro. Por ser fim-de-semana - um sábado à tarde - o ambiente era completamente diferente e a quantidade de pessoas nas ruas também. Em cada recanto havia artistas de ruas na sua performance e autênticas enchentes de pessoas a vê-los (e claro, à boa maneira asiática... a registar todos os momentos!).


- Symphony of Lights

Deixámos para último ponto da nossa viagem uma das atracções turísticas mais conhecidas de Hong Kong. Do que tínhamos pesquisado e ouvido, já sabíamos que as opiniões sobre este espectáculo não eram as mais entusiastas. Ainda assim, quisemos experimentar.
Symphony of Lights é o nome de um espectáculo de luzes que ocorre todos os dias, pontualmente às 20h00, na baía de Hong Kong. Várias luzes são projectadas dos vários prédios e arranha céus em torno da baía e, caso queiramos banda sonora, basta sintonizar numa frequência de rádio específica. 
É certo que a noite em que vimos o espectáculo não era a mais adequada, pois estava algum nevoeiro, mas não ficámos especialmente encantados pelos efeitos. 
Vários locais cobram o acesso à varanda para observar o espectáculo e, como vos disse, o passeio de junco é mais caro neste horário. Nós aproveitámos gratuitamente um terraço na zona do International Finance Center e a vista era bastante simpática.


Como vêem, os dias que estivemos em Hong Kong foram suficientes para explorarmos bastante toda a zona. Houve, é claro, coisas que ficaram por ver, como o Mercado de Jade, as famosas corridas de cavalos e o observatório Sky100. Mas como em todas as viagens, é preciso fazer opções. 
Gostámos bastante de a visitar - a mistura entre a cultura asiática e a cultura ocidental é notória e bastante interessante. Para quem nunca tinha tido contacto com a China, foi uma bela forma de iniciá-lo. É, sem sombra de dúvidas, um sítio de contrastes: nas pessoas, nas ruas, nos edifícios, nas lojas - e podemos facilmente, com apenas um olhar, encontrar uma mistura entre o tradicional e o ultra-moderno. Foram precisos muitos quilómetros percorridos a pé, mas até o tempo foi nosso amigo e valeu muito a pena!

Let's Run Away?

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